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  • O Prêmio Nobel de Literatura vai para Jon Fosse

    Reportagem de Jean Duchesne - publicado em 13/10/23 Site Aleteia. No dia 5 de outubro, soubemos que o Prêmio Nobel de Literatura anual seria concedido em 2023 a um norueguês de 64 anos, Jon Fosse, cuja reputação até então era bastante limitada, além de ser um católico minoritário em seu país, como sua compatriota Sigrid Undset, que ganhou o prêmio em 1928. É seguro dizer que, em breve, não falaremos mais sobre ele do que falamos sobre ela hoje. Haveria muitas razões para isso. Mas seria uma pena. Vejamos por quê. Em primeiro lugar, os Prêmios Nobel em geral não são muito importantes. O fundador sueco, Alfred (1833-1896), que dá nome a eles, era um filantropo que permaneceu solteirão, enriquecido por inúmeras invenções patenteadas, em especial explosivos, incluindo a dinamite. Ele imaginava que esse poder (dynamis em grego) era tão destrutivo que ninguém ousaria usá-lo para fins militares e que a paz reinaria no mundo. Mas a dissuasão só funcionou – e de uma forma que continua precária! – até depois da Segunda Guerra Mundial, sob a ameaça ainda mais terrível da bomba atômica. Mas, para entrar para a história como um benfeitor (e não como um “mercador da morte”), Alfred Nobel legou sua fortuna para ser usada todos os anos para recompensar os autores de trabalhos “de maior benefício para a humanidade” em cinco campos: física, química, medicina, literatura e a serviço da paz. Um prêmio de economia foi adicionado em 1968, a esquecida matemática tem a Medalha Fields desde 1936, e agora outras disciplinas científicas, música e arquitetura também têm seus próprios prêmios, semelhantes ao Nobel. Seleções fatalmente questionáveis As escolhas feitas pela Academia Sueca, que concede o prêmio de literatura, às vezes são contestadas. Desde o início (em 1901), o poeta francês Sully Prudhomme, que é pouco apreciado hoje em dia, foi preferido a Zola ou Tolstói. Chekhov, Ibsen, Jack London, Henry James, Proust, Joseph Conrad, Joyce, Virginia Woolf, Paul Valéry, José Luis Borges, Milan Kundera… O júri também evitou autores que teriam desagradado (ou agradado demais) Hitler ou Stalin. Dito isso, seleções desse tipo são inevitavelmente discutíveis: a Académie française desprezou Diderot, Stendhal, Balzac, Baudelaire, Dumas, Maupassant e Verlaine (entre outros, sem mencionar os já mencionados Zola e Proust) e elegeu uma série de honrosos vice-campeões. Flaubert virou as costas para o prêmio, assim como Houellebecq o faz hoje e Sartre recusou o Prêmio Nobel. Dos vencedores mais recentes da Suécia, poucos parecem ter tido (ou encontrado graças a esses prêmios) um impacto significativo na cultura contemporânea: a poeta americana Louise Glück (2020), o tanzaniano anticolonial Abdulrazak Gurnah (2021). Apesar de todo o respeito devido aos testemunhos “autosociobiográficos”, à escrita sóbria e aos compromissos feministas e “de esquerda” da francesa Annie Ernaux, que recebeu o prêmio em 2022, e apesar de seu público internacional de conhecedores, com um bom número de traduções, não é certo que sua obra se tornará uma referência. Será que Jon Fosse será diferente? Dramaturgo, romancista e poeta A princípio, você se pergunta como se pronuncia seu nome. Depois de verificar, dizemos “Ione Fosseu” (acentuando a primeira sílaba). O segundo problema é que ele escreve em nynorsk, um idioma que foi criado no século 19 com a síntese de vários dialetos locais e hoje é falado por cerca de um em cada dez noruegueses, especialmente no sudoeste do país. Como resultado, seus textos são distribuídos principalmente em tradução. Ele começou com o romance, depois passou para o teatro antes de retornar ao romance, e também publicou poemas e histórias infantis. Foi como dramaturgo que ele ganhou reconhecimento internacional. Algumas de suas peças foram encenadas na França por diretores conhecidos (Claude Régy, Patrice Chéreau, Jacques Lassalle) e publicadas em tradução pela editora especializada L’Arche. Escrevendo o indizível Nada disso é tão facilmente acessível. O vocabulário é muito simples (o que levou a falar de “minimalismo” e a comparar Jon Fosse a Samuel Beckett), mas o estilo não é narrativo nem performático. É mais uma questão de monólogos interiores, um pouco como o “fluxo de consciência” definido pelo pensador americano William James (irmão do romancista Henry) e transcrito por Joyce, Virginia Woolf e Faulkner: essas sensações, lembranças e devaneios que percorrem a mente sem nenhuma ordem racional e só podem ser reconstituídos por meio da escrita. Além disso, nem sempre sabemos quem está falando. Diz-se que o livro Septologie tem mais de 1.200 páginas, sem nenhuma pontuação além de algumas vírgulas… Mas Jon Fosse piora a situação ao se declarar um católico devoto. As sete partes do livro Septology (sete como os sete dias da Criação) terminam com a mesma oração a Deus. Nas poucas entrevistas que ele dá (em inglês), que você precisa encontrar na Internet, ele nos conta que, como muitos de sua geração, ele rejeitou o luteranismo nacional em sua juventude e se tornou marxista. Depois, na meia-idade, ele quis se afastar do alcoolismo no qual estava se afundando. E, estimulado por Mestre Eckhart, o místico dominicano medieval, e também pelos filósofos Heidegger e Derrida, ele encontrou no catolicismo (marginal na Noruega), e especialmente na missa e no rosário, além da força para ficar sóbrio, um senso do sagrado e do mistério da graça que é a vida a ser compartilhada, pessoalmente para ele na escrita. Modernidade católica Sua conversão em 2013 não o torna um católico “moderno”: os problemas de governança, abuso clerical e disciplina moral não o atormentam, e ele não parece acreditar que é aí que está o futuro da Igreja. Ele a vê mais como a instituição necessária para as liturgias que introduzem o espiritual e abrem a existência concreta para ele. Ele até a vê como a principal resistência, ainda mais sólida do que a literatura e as artes, à ditadura contemporânea da economia. Entretanto, o que talvez seja mais interessante é que esse católico não moderno é, como tal, claramente moderno, precisamente no campo da literatura, das artes e (de forma mais ampla) da cultura. Sua dívida com Heidegger e Derrida já foi mencionada. Mas o que ele diz estar tentando fazer é surpreendentemente consistente com o que Pablo Picasso e Gertrude Stein, uma americana que estudou com William James e viveu em Paris, tinham em comum, como mostra a atual exposição no Musée du Luxembourg, em Paris. Ao simplificar e decompor as formas, o pintor trabalha da mesma forma que a escritora em seus “retratos em palavras”, em que a insistência repetitiva e a liberdade sintática revelam a essência ou a verdade das coisas e das pessoas. Da mesma forma, a escrita “minimalista” e espontânea do recente ganhador do Prêmio Nobel termina cada um dos sete dias de sua Septology em oração – enquanto o conformismo do alexandrino dominado só permitiu que o primeiro ganhador, Sully Prudhomme, confessasse: “Minha dúvida insulta o Deus dos meus desejos” (“La Prière”, em Les Épreuves, 1866).

  • Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde

    Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde, mas conhecido simplesmente por Oscar Wilde, nasceu no dia 16 de outubro de 1854, na Irlanda. Habilidoso escritor, teve na poesia sua principal ferramenta de difusão de sua habilidade e também de sua alma tida por muitos como conturbada e confusa. Esta fama de escritor caótico e imoral de Wilde se deve a sua postura de "rebelião", o que expressa-se bem em uma de suas famosas afirmações: Eu sou daqueles que são feitos para ser a excepção, não para seguir a lei. A época em que viveu, passava pelo pensamento esteticista, que crescia principalmente na França e na Inglaterra. Sua época foi chamada de era vitoriana, por influência da rainha Vitória (1832-1901) da Inglaterra que ditava o estilo de cultura e moda. Foi autor de várias obras, como O Retrato de Dorian Gray, que fora o seu único romance, e De Pronfudis, que escreveu na prisão, e que foi postumamente publicada em 1905. Estas duas obras são exemplo de sua confusão interior, revelando um espírito totalmente hedonista (busca do prazer pelo prazer), como na primeira obra citada, e um certo reconhecimento de inverdades neste tipo de pensamento: Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara. (De Profundis) Um escritor famoso durante sua vida, tanto pelos livros como pelas polêmicas em se envolveu, especialmente por conta de sua opção sexual pelo homossexualismo, vindo a ter publicamente um amante, a quem fora dirigida as palavras de De Profundis. Morreu em 30 de novembro de 1900 na França, para onde foi depois que saiu da prisão.

  • Faleceu Michael Gambon, o Dumbleore

    Para os fãs da saga do bruxo Harry Potter, nesta última quinta-feira o dia não foi muito bom, por causa da notícia de falecimento do ator que interpretou um dos personagens mais queridos desta saga. Notícia segundo a CNN Brasil (https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/morre-michael-gambon/): O ator irlandês Michael Gambon, conhecido por interpretar o professor Alvo Dumbledore na saga de filmes “Harry Potter”, morreu aos 82 anos nesta quinta-feira (28). Nosso informativo trouxe o tema Harry Potter em sua 13ª edição. Acesse o Arquivo de Edições para conferir.

  • Nascimento de Jorge Amado

    Neste dia 10 de agosto, lembramos o natalício do escritor Jorge Amado. Jorge Amado (1912-2001) é um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia. Assim como outros escritores de seu tempo, teve uma vida ativa na literatura e outra na militância política, especialmente em camaradagem com o partido comunista, chegando a eleger-se deputado federal por São Paulo. Traduzido para mais de trinta idiomas e detentor de inúmeros e importantes prêmios, o escritor teve vários de seus trabalhos adaptados para a televisão e o cinema, entre eles, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Gabriela Cravo e Canela". Na edição de agosto de O Leitor, teremos a presença deste escritor. Aguarde.

  • Hans Christian Andersen

    Em 4 de agosto de 1875, falecia Hans Christian Andersen, autor dinamarquês. Embora seja um escritor prolífico de peças, relatos de viagem, romances e poemas, ele é mais lembrado por seus contos de fadas literários. Entre os contos mais famosos - como A Pequena Sereia, Soldadinho de Chumbo - está o conto A Roupa Nova do Rei. O conto de Andersen foi inspirado numa história encontrada no Libro de los ejemplos (ou El Conde Lucanor, 1335. Em castelhano: Exemplo XXXIIº – De lo que contesció a un rey con los burladores que fizieron el paño), uma coleção medieval espanhola de 55 contos morais de várias fontes como Esopo e outros autores clássicos e contos persas, compilados por Juan Manuel, Príncipe de Villena (1282–1348). Andersen não conhecia o original em castelhano, mas leu a versão do conto em língua alemã intitulada "So ist der Lauf der Welt". No conto original, um rei recebe cavilosamente de tecelões um traje que seria invisível a todos menos àqueles que são filhos legítimos de seus pais presumidos. Já Andersen altera sua fonte para direccionado o foco da história para a vaidade cortesã e soberba intelectual. Leia o conto aqui (baixar). .

  • Natalício de Nelson Rodrigues

    Hoje lembramos o nascimento do versátil escritor e polemista Nelson Rodrigues (1912-1980). Logo teremos algo sobre esta figura muito relevante no cenário intelectual brasileiro nas edições de nosso informativo.

  • Parabéns ao "O Leitor"

    Em julho de 2021 publicamos a primeira edição deste informativo literário, com o objetivo claro de ser mais uma manifestação pública e acessível de divulgação da literatura, focando claramente no necessário hábito de ler constantemente. Estamos no 3º ano de existência, e não faltaram desânimos e dificuldades, mas apesar de todas as desventuras que passamos e que porventura iremos de passar, o anseio por compartilhar este amor necessário pela arte literária ultrapassa nossas próprias dificuldades. A todos que me leem neste momento, peço a gentileza de compartilhar os links deste site, especialmente da publicação mais recente, a fim de promover algo tão fundamental para a formação cultural e intelectual do ser humano. Obrigado, e avante nas leituras!

  • Natalício de Manuel Bandeira

    Hoje, 19 de abril de 2014, comemora-se o 128º aniversário natalício de Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho. O poeta pernambucano nasceu em Recife e faleceu no Rio de Janeiro, em 13 de outubro de 1968. Como artista da literatura, Bandeira é um dos nomes mais importantes do Modernismo brasileiro. Bosi (1999) lembra-nos de que Bandeira era o mais velho entre os poetas que fizeram parte da Semana de Arte Moderna e que, como um gracejo por parte de Mário de Andrade, chegou a ser chamado de “São João Batista do movimento”. Com essa brincadeira, podemos inferir que Mário considerava Manuel o precursor do movimento modernista, embora fosse possível observar a influência simbolista no início de sua produção. Em O itinerário da Pasárgada, Bandeira declarou que viu-se “associado a uma geração que, em verdade, não era a minha, pois excetuados Paulo Prado, Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida, todos aqueles jovens eram em média uns dez anos mais moços do que eu” (JARDIM, 2011, p.39). Extraído do site "Conversa de Portugueses", in. https://conversadeportugues.com.br/2014/04/manuel-bandeira/

  • Euclides de Cunha, de "Os Sertões"

    Em um dia como este, nascia Euclydes Rodrigues Pimenta da Cunha (1866-1909), jornalista e escritor. Sua obra mais importante, publicada em 1902, “Os Sertões”, narra os acontecimentos da guerra de canudos (1896-1897), no interior da Bahia, liderada por Antônio Conselheiro (1830-1897), personagem apresentado de diversas maneiras por simpáticos e antipáticos a sua posição durante o fim do regime monárquico constitucional no Brasil.

  • Nota de repúdio a ABL

    Na função de Diretor Geral e responsável pela idoneidade deste informativo literário, reconhecendo necessário nossa inserção no cenário cultural e social de nosso país, repúdio em meu nome e de toda a Equipe deste órgão independente de cultura, a recente publicação realizada pelo perfil da Academia Brasileira de Letras (ABL) na rede social Instagram. É notória a importância para cultura literária brasileira desta casa fundada por Machado de Assis, e por isso deve estar imune a qualquer usurpação em vista de manifestações político partidárias revestidas de simples comemoração de agraciamento. Comemorar o recebimento de apoio e reconhecimento de órgão público não pode ser motivo de desqualificação partidária a cerca de governo anterior que regia-se por visão política legítima embora divergente da atual, e assim deveriam manifestar-se todas as instituições que pretendem existir acima das diferenças de pensamento, conforme os ditames de uma democracia. É lamentável o que se assiste, e espera-se maior sabedoria dos gestores de tais instituições. Link para a postagem da ABL : https://www.instagram.com/p/Cum8N5OgT3K/

  • Nota de falecimento

    Faleceu ontem, em Paris, o escritor Milan Kundera. Nascido na Tchecoslováquia, em 1929, Kundera se destacou pelo seu envolvimento na Primavera de Praga - movimento que buscava trazer maior liberdade política ao país centro-europeu e que logo foi reprimido por forças militares soviéticas. A Primavera de Praga é o pano de fundo em que desenvolve a narrativa de “A insustentável leveza do ser”, romance mais conhecido de Milan Kundera, publicado em 1984. O livro foi escrito em francês, depois de o autor ter deixado a Tchecoslováquia e se exilado na França. +Milan Kundera (1929-2023)

  • As "fantasias" na literautra

    Estamos percorrendo um caminho que temos consciência de que não poderemos alcançar um fim, pois não se trata de um caminho de tijolos amarelos, um caminho marcado com farelos de pães, nem mesmo qualquer túnel que com um fim glorioso. Estamos falando de literatura universal, que significa muito mais do que lembrar datas e nomes que entraram para o calendário anual da biblioteca humana de criação imaginativa. De fato, estamos num caminho onde só podemos continuar em frente, e assim acabamos percebendo a grandiosidade do horizonte que vai crescendo diante de nós, como uma imensa cortina de teatro sem fim que vai se descortinando revelando inúmeros elementos da narração e escrita humana. Diante disso, nosso humilde informativo entende que não pode ficar somente nos louváveis escritores de língua portuguesa, como José Lins do Rego que hoje encontramos por aqui, nem mesmo somente em nosso Patrono. Assim, a partir desta edição compartilharemos lugar com os bravos escritores de outras línguas e culturas. E pensamos em começar por alguém muito conhecido da nossa comunidade de leitores jovens em idade e espírito. José Lins do Rego e J. K. Rowling me faz pensar na fantasia, característica presente quase fundamentalmente no estudo literário dos escritores em suas obras. Um que usa do pensamento “fantasioso” para retratar e fazer refletir sobre uma realidade histórica de um determinado povo, o outro que usa desta habilidade para envolver o espírito humano em sentimentos valorosos e importantes, numa realidade paralela a nossa crua e trabalhosa vida “trouxa”. Estas “fantasias” na literatura não desaparecem dos livros, seja qual for o nome do escritor.

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